sexta-feira, 27 de julho de 2007

Bem me quer, Mal me quer

Bem me quer
Uma pétala no ar
Mal me quer
Uma pétala no chão
Bem me quer
Uma paixão se aproximando
Mal me quer
Um coração sendo quebrado
Bem me quer
Um te amo sussurrado no meu ouvido
Mal me quer
Um me esqueça jogado na minha cara
Bem me quer
Um rosa inteira sendo levada pelo vento
Mal me quer
Momentos inesperados a me surpreenderem
Bem querendo eu aproveitá-los intensamente

quarta-feira, 11 de julho de 2007

Chico balança e cai

Chico podia avistar de sua janela uma praça. Observava-a atentamente durante horas todo santo dia. Mas o que havia de tão interessante pra se ver ? Como uma praça monótona como aquela podia movimentar tanto os olhos de uma criança ?
Rita era como se chamava o que hipnotizava tanto os olhos de Chico a tarde toda. Chico observava atentamente Rita, não perdia detalhe nenhum.
Dias, semanas, meses se passaram e os olhos dele continuam atentos ao movimento daquela menina. Eles acompanhavam o vai-e-vem da menina do balanço que balançava com os sentimentos de Chico, que só conseguia sentir o vai-e-vem do seu coração se intensificar.
Ele decidiu tomar uma atitude e fazer contato com ela, decidiu que escreveria uma carta. Coragem pra entregar pessoalmente ele não tinha. Mas como a entregaria? Ele decidiu então fazer um aviãozinho com a carta e jogar pela janela.
Escreveu a carta, fez o aviãozinho; ficou meio desajeitado. Achou melhor não jogar, poderia causar uma primeira má impressão. Amassou-o, jogou-o no lixo.
No dia seguinte escreveu outra carta, em seguida, fez o aviãozinho. No momento de jogá-lo, pensou no que escreveu e achou que não estava muito bem redigida. A carta voou direto para o lixo.
Outro dia, outra carta, outro avião. Dessa vez o vento não estava a favor, logo era melhor não arriscar.
Dias passaram, canetas acabaram, muitos cadernos eram consumidos e não havia nada que fizesse um avião decolar.
Um dia Chico pegou uma caneta e uma folha, olhou pela janela procurando sua inspiração, mas dessa vez o balanço estava vazio.
Rita nunca mais voltou.
Temendo as terríveis turbulências e possíveis quedas, o avião de Chico não decolou nem aterrissou.